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Checamos: Búzios não zerou o número de pacientes internados com Covid-19 devido a tratamento precoce

A informação foi publicada no Instagram Oficial do senador Flávio Bolsonaro


Paula Alana de Oliveira, João Pedro Corrêa e Vitória Vilaverde


O senador Flávio Bolsonaro, postou no dia 22 de fevereiro de 2021, em seu Instagram Oficial, o print de uma notícia, publicada pelo jornal O Globo, no dia 16 de fevereiro, com a manchete: “Defensoria Pública de Saúde estuma que Búzios terá aumento exponencial de casos de Covid-19 após o carnaval”. No mesmo post, segue com outra versão das informações fornecidas pelo portal de notícia G1, no dia 18 de fevereiro, com a seguinte manchete: “Búzios zera número de pacientes internados com Covid-19 e não tem casos confirmados nas últimas 24 horas”.

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Print da publicação compartilhada pelo senador Flavio Bolsonaro. Foto/Reprodução: Instagram

Por fim, na legenda da foto o senador conclui “Salvando vidas e desmascarando a ‘torcida da morte’! Parabéns ao Prefeito de Búzios pelo tratamento precoce contra a covid - 19 que implementou em sua cidade”, dizia a legenda.


A ineficiência do tratamento precoce


Potencializado pelo discurso do atual presidente, Jair Bolsonaro, muito aderiram ao tratamento através da cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina. Entretanto, nada foi comprovado sobre a eficiência dos medicamentos, desmentindo a fala do senador quanto ao “tratamento precoce”. Até o momento, não se sabe de nenhum medicamento que seja capaz de inibir a contaminação do novo coronavírus e suas variantes.


De acordo com o site O Globo, médicos do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) e do hospital da Universidade de Campinas (Unicamp) informaram que o uso inadequado dos medicamentos, como a ivermectina, levou quatro pacientes a desenvolverem lesões graves no fígado, com a necessidade de um transplante.


Posicionamento do prefeito de Búzios sobre o tratamento precoce


De acordo com o site Senar, durante uma entrevista ao Portal RC24h, em 25 de fevereiro, três dias depois da publicação do senador, o prefeito de Búzios, Alexandre Martins, afirmou que o tratamento precoce não faz parte das estratégias de contenção do vírus adotado na cidade, contradizendo o que o Flávio Bolsonaro havia divulgado. “Os médicos, confirme indica a legislação, têm autonomia para usar, mas esta não foi uma estratégia adotada na cidade. Quando a gente fala em atendimento precoce, não é a medicação que se toma, mas o momento que se procura a Saúde para buscar um diagnóstico. Com atendimento precoce a gente trata mais rápido, já que é uma doença que evolui muito rápido. Isso, no nosso entendimento, é a peça-chave fundamental”, esclareceu o prefeito.


De fato, no dia 17 de fevereiro, a Prefeitura lançou uma nota parabenizando a cidade por não ter nenhum novo caso positivo para o coronavírus. Entretanto, no dia 18 o boletim registrou 2 novos casos de internações por Covid-19. Outro ponto que deve ser destacado é que a comparação das notícias se dá em diferentes momentos, com um intervalo de dois dias entre elas. De acordo com o último boletim publicado no dia 25 de março, a cidade contabiliza 29 mortes.


Estratégias adequadas para a contenção da Covid-19


De acordo com o infectologista, Luiz Wellington Pinto, a máscara ainda é o principal método de prevenção à doença. “Desde o começo a gente sabe que a máscara é um equipamento de proteção individual (EPI) que é importante para conter a transmissão do vírus covid. A máscara é usada para proteção de secreções, que os indivíduos as vezes podem estar próximos da gente conversando, espirrando e tossindo transmitindo as partículas que podem entrar através das vias respiratórias. Lógico que, com máscaras de boa qualidade”, concluiu.


Além das máscaras, o distanciamento, álcool em gel, higienização das mãos e roupas são um dos fatores primordiais para o desacelerar a circulação do vírus.

 
 
 

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