Autismo e suas particulares, conheça mais sobre o transtorno
- Redação do Matraca
- 17 de mar. de 2021
- 4 min de leitura
Cristiane Menezes, Júlia Mendonça, Olga Constância
Afinal, o que é autismo?
O TEA (Transtorno do Espectro do Autismo) é uma alteração no neurodesenvolvimento. É possível reconhecê-lo por dificuldades na comunicação social, questões de concentração e de interesse.
No Brasil, segundo a Revista Saúde, há uma estimativa de que cerca de 2 milhões de brasileiros sofram com esse Transtorno. Suas causas são divididas em 50% fatores genéticos e 50% razões ambientais. Um transtorno comum, mas que necessita de diagnóstico clínico e acompanhamento profissional, já que não existe cura.
Meu filho tem autismo, e agora?
Ivy Sousa (23), mãe de uma criança de 3 anos portadora do transtorno do espectro do autismo (TEA), revela que foi o pai quem primeiro suspeitou que o pequeno Miguel era diferente.
“A gente começou a desconfiar por causa de uns comportamentos distintos de outros bebês. Por exemplo, ele não olhava nos nossos olhos, ele até começou a falar quando tinha 9 meses, mas depois parou, não falava. Ele não tinha o balbuciar da criança, falar ‘dada’, ‘mama’, ele não tinha mais. Ele também brincava com o carrinho rodando as rodinhas. Então, foi mais por atraso mesmo em algumas coisas sabe? Na verdade, quem reparou mesmo, quem notou que tinha alguma coisa diferente foi o pai dele. Eu achava que era normal. Mas aí a gente foi no médico e ele recebeu o diagnóstico”, relatou Ivy.

A partir do momento em que o diagnostico chega, cada família é direcionada ao tratamento que corresponde ao grau de autismo apresentado. No caso do Miguel, que é autista do tipo 1, seu primeiro contato foi com uma fonoaudióloga e com uma terapeuta ocupacional. A identificação do transtorno precocemente influencia diretamente na evolução da criança.
“Com o diagnóstico, o Miguel começou o tratamento com a fonoaudióloga e com a terapeuta ocupacional, isso ajudou muito para que ele se desenvolvesse e para eu poder saber como lidar com meu filho. Começamos o tratamento quando ele tinha 1 ano e 5 meses e vimos que quanto mais cedo o diagnóstico e o tratamento, mais fácil é para o desenvolvimento da criança”, explicou Ivy.
O que mais difere o autista de outras crianças é a relação que ele estabelece com outras pessoas, possuindo dificuldade em se comunicar e interagir, além de apresentar interesses obsessivos e comportamentos repetitivos. “No caso do meu filho, o que mais o diferencia das outras crianças é a dificuldade de brincar com elas e interagir com pessoas que não sejam do seu convívio. Ele não gosta de brincadeiras que a maioria das crianças gostam”, concluiu Ivy.
ONG Céu Azul
Em Divinópolis, existem Institutos e ONGS sem fins lucrativos que ajudam no tratamento de crianças, adolescentes e adultos com autismo. Uma delas é a ONG Céu Azul (Centro Especializado Unidos Pelo Autismo).
Skarlait Neves Canto, mãe de três crianças autistas, fundadora e atual presidente da ong, sensibilizou seu primo Mario Luiz da Silva sobre as dificuldades enfrentadas para adequação e tratamento das filhas. Diante disso, ambos se sentiram motivados a buscarem recursos e uma nova perspectiva de vida não apenas em benefício próprio, mas também para todos aqueles que se encontravam em uma situação semelhante. Com muita força de vontade, eles elaboraram o estatuto e partiram em busca de pessoas que compartilhavam da mesma visão e objetivo para formar a diretoria e efetuar o registro da instituição.
No dia 02 de abril de 2015 os atendimentos de tratamento e apoio da ong aos diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA) foram iniciados. Após a abertura, mesmo não tendo uma sede própria, ocorreram as primeiras reuniões através do apoio de grandes parceiros que cederam o espaço de maneira solidária. Entre eles, a casa Samaritana, uma entidade que abriga pessoas carentes e em situação de miséria, onde aconteceu a primeira conversa entre pais e mães de filhos autistas. Houve também a ajuda da Associação dos Deficientes do Oeste de Minas (ADEFOM) e de outras escolas que possibilitaram perseverar em seus objetivos. No dia 30 de janeiro de 2016, um imprevisto acabou interrompendo as atividades da Céu Azul. O telhado da varanda onde eram realizadas as dinâmicas com as crianças cedeu. Felizmente, não houve feridos, mas os atendimentos ficaram impossibilitados. Sensibilizado com o fato, o fórum ofereceu a oportunidade para a inscrição de projetos e a instituição foi contemplada com uma quantia de R$56 mil, destinada à reforma do local.
Muito trabalho, carinho e dedicação
Com a missão de levar esperança aos pais de crianças autistas e auxiliá-los na inclusão dos filhos à sociedade, os trabalhos realizados na ONG conseguem compreender um pouco melhor o universo de quem sofre com a Síndrome e vêm obtendo resultados e avanços positivos na socialização e integração dessas crianças. Os atendimentos complementares buscam, ainda, oferecer tratamentos não disponibilizados pela rede pública de saúde, proporcionando a chance de melhora notável da deficiência e promovendo aos autistas uma vida digna e mais confortável dentro dos seus direitos e capacidades.
Atualmente, a ONG Céu Azul atende 53 crianças, disponibilizando uma equipe multidisciplinar para melhor avanço e integração. São, ao todo, 34 profissionais voluntários. A instituição não possui fins lucrativos e sua manutenção se dá por meio de doações de amigos, colaboradores e da comunidade.
Para ajudar a organização entre em contato pelo (37) 99173-6154 ou acesse a página deles no Facebook.
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