Casa São Francisco acolhe pessoas em situação de rua na pandemia
- Redação do Matraca
- 21 de mar. de 2021
- 2 min de leitura
Cristiane Menezes, Júlia Mendonça, Olga Melo

Se refugiar nas ruas nunca foi tarefa fácil. Para quem dispõe apenas dessa saída para sobreviver, os dias incertos, frios, com fome e solitários ficaram ainda mais duros com a chegada do COVID-19. Para aliviar esse sofrimento e ajudar a conter a disseminação do vírus, entidades como a Casa São Francisco e a Comunidade Católica Sacramento de Amor têm atuado em parceria com a prefeitura.
Carlos Alves (26), coordenador da Casa, explicou o objetivo da instituição: “A missão central é acolher as pessoas em situação de rua. A Casa disponibiliza 16 vagas. A gente fornece o café, almoço e janta para que eles permaneçam no local. Temos também o trabalho social que é o banho, para isso o portão fica aberto de 13h30 até às 15h e algumas pessoas vêm só para isso”
Sem fins lucrativos e com trabalho voluntariado, a Casa São Francisco surgiu em março do ano passado por iniciativa do Bispo de Divinópolis, Dom José Carlos, como pedido emergencial durante a pandemia. Começou com atendimento de 7h às 20h, envolvendo cerca de 30 a 25 pessoas em situação de rua e incialmente, nos seus primeiros 3 meses, se sustentava apenas de doações da população.

Com 14 funcionários no total, serviços de alimentação, banho, assistência psicológica e moradia “a Casa se sustenta a partir de doações e parceria com a prefeitura, que envia um valor determinado para despesas como água, luz, manutenção da casa e pagamento dos funcionários.” contou Carlinhos, como gosta de ser chamado. Durante a pandemia, foram 150 acolhidos. Além disso, cerca de 130 pessoas passam por mês para receber os atendimentos e serviços prestados pela Casa.
A psicóloga responsável pelos atendimentos na instituição, Michele Aparecida (38), contou sobre a importância e essencialidade desse acompanhamento: “São pessoas que a gente vê que tem um sofrimento muito grande, não é só questão da dependência química. Quando vamos conversar, fazer a terapia, vemos todo o processo dela. Coisas que aconteceram lá atrás. É muito importante essa escuta para tentar ajudar nos pontos que eles mais necessitam. A psicologia trabalha isso, para saber como vamos contribuir. Junto ao usuário elaboramos uma dinâmica, uma demanda, para ver onde podemos atuar e trabalhar em conjunto. É muito importante.”

A periodicidade dos atendimentos também segue um padrão para melhor atender e cumprir com a demanda, “Os atendimentos normalmente acontecem de 15 em 15 dias e uma vez por semana temos a terapia de grupo. Em casos específicos, se algum acolhido demonstrar necessidade, fazemos mais sessões.” Contou Michele. A psicóloga ainda destacou que grande parte dos atendidos se encontra em situação de rua por motivos de dependência química, problema de saúde pública que assola homens e mulheres de várias faixas etárias.
Pastoral de rua
Antes mesmo da Casa São Francisco, desde 1997, a Comunidade Católica responsável pela mesma já desenvolvia trabalhos com pessoas nessa situação, com a “Pastoral de rua”.
Uma ou duas vezes na semana, nas terças e quintas, missionários da Sacramento de Amor percorriam Divinópolis levando sopas e agasalhos àqueles que estavam ali, a margem da sociedade.
Para contribuir com a obra, ligue no (37) 3213-8390 ou mande uma mensagem pelo WhatsApp no (37) 3222-5322.

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