Cultura do Cancelamento
- Redação do Matraca
- 23 de mar. de 2021
- 2 min de leitura
Eleito como termo do ano de 2019 pelo Dicionário Macquarie, é a prática mais usada por internautas nas redes sociais
Do banimento ao linchamento virtual, como atitudes “canceladoras” são encaradas no mundo real
Olga Melo

Muito se fala sobre a cultura do cancelamento que tomou conta das redes sociais nos últimos anos. Mais evidente que nunca, as plataformas como Twitter, Instagram, Facebook têm sido usadas como meio de comunicação direta entre pessoas, artistas e políticos.
O ex-presidente Donald Trump teve sua conta do Twitter, Instagram e Facebook suspensas no dia 7 de janeiro em meio a uma cena eleitoral caótica dos Estados Unidos. Segundo o Facebook, "os riscos de permitir que o presidente use a plataforma neste momento são simplesmente grandes demais".
Em 4 anos de poder, Trump usou suas redes sociais diversas vezes para fazer ataques à aliados, à democracia, às minorias populares e, claro, disseminação em massa de notícias falsas. O banimento tardio só veio quando, às vésperas de uma derrota presidencial histórica, Trump convocou seu eleitorado para tomar o Congresso Americano, atacando mais uma vez a democracia vigente.
O cancelamento de Trump não foi, nem de perto, parecido com cancelamentos que ocorrem diariamente nas redes socias. Por uma fala errada, um comentário mal interpretado, uma atitude impensada inúmeras pessoas – famosas ou não – são canceladas e recebem comentários de ódio por toda parte.
Um dos casos mais recentes de linchamento virtual, foi o cancelamento da rapper Karol Conká que participou da última e atual edição do reality show Big Brother Brasil. Com atitudes manipuladoras, abusos psicológicos e muita opressão, Conká saiu com nível máximo de rejeição na história de 21 edições do programa (99,17%) e perdeu mais de meio milhão de seguidores.
O virtual e o real
No mundo fora das redes, a cultura do cancelamento é vista como a nova justiça social dos tempos pós-modernos. Em busca da perfeição e sem dar chance para escorregos, os justiceiros da internet viram debate público e muito se discute sobre desconstruções necessárias para o convívio em sociedade, comportamentos toleráveis ou não, divergências de opinião e até onde vai a liberdade de expressão.
O apagamento digital traz à tona discussões sobre a regulamentação das plataformas digitais e como o regimento interno dessas plataformas seguem uma ordem própria sem fiscalização do Estado. O Facebook, por exemplo, conta com milhares de boots para realizar a filtragem de postagens, conteúdos e publicações. Dentro do seu regimento interno, as vertentes seguem um padrão e protocolo próprio, sendo altamente questionado por diversas pessoas e autoridades.
Comentários