O jornalismo alternativo em casos de feminicídio
- Redação do Matraca
- 24 de mar. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 29 de mar. de 2021
Monitoramento revela que durante a pandemia, o índice de feminicídio aumentou em alguns estados.
Saiba como ajudar as vitimas de violência doméstica
Júlia Mendonça, Paula Alana, Roberta Carvalho e Vitória Vilaverde
Em março de 2020, o brasileiro passou a vivenciar uma das piores crises sanitárias do mundo. A chegada do vírus da covid-19 no Brasil, trouxe mudanças bruscas na vida de todos os brasileiros. Em um cenário trágico, com elevados números de mortos pela doença, o principal recurso utilizado foi o distanciamento e o isolamento dos brasileiros em suas casas. Mas para parte das mulheres, o isolamento foi o início do fim.
Em outubro de 2020, a Agência Eco Nordeste, no Ceará em parceria colaborativa entre as mídias independentes Amazônia Real, sediada no Amazonas; #Colabora, no Rio de Janeiro; Marco Zero Conteúdo, em Pernambuco; Portal Catarinas, em Santa Catarina; AzMina e Ponte Jornalismo, em São Paulo, publicou um monitoramento da violência contra a mulher.
O jornalismo independente escancarou um problema que apesar de ser recorrente da sociedade brasileira, se aprofundou com o início do isolamento social. Esse monitoramento realizado entre março e agosto de 2020, revelou que 497 mulheres foram assassinadas durante o início do período da pandemia. Isso é, a cada dia, em média três mulheres foram mortas nos primeiros seis meses.
É necessário ressaltar que nem todos os estados compartilharam os dados, apesar disso, o estudo traz informações relevantes sobre as elevações das taxas de feminicídios. A seguir temos o infográfico que compara os índices de março e abril dos anos de 2019 e 2020, de cada estado que compartilhou os dados;

Embora o estudo ainda esteja em andamento, a realização dele revela a necessidade do aprofundamento da pauta sobre violência de gênero. Além disso, demonstra a importância das mídias alternativas, pois, através desse estudo aprofundado, podemos ter noção do impacto da violência, uma vez que a pauta recorrente durante toda a pandemia tem sido o covid-19.
Para mais informações sobre o monitoramento realizado, basta acessar o link.
Como denunciar
Caso precise de ajuda, ou, caso conheça alguém que precise, segue as instruções da Polícia Civil, para denunciar;
Em caso de flagrante ou que a situação de violência esteja ocorrendo naquele momento, telefone para o número 190.
Para denunciar anonimamente a violência, telefone para 181. As informações serão conferidas pela polícia.
Não deixe de registrar a violência, mesmo que ela tenha sido cometida dentro da família ou por pessoa próxima. A Polícia Civil mantém delegacias especializadas em todo o estado, mas todas as unidades estão aptas a atender vítimas de casos de violência.
· Sem ferimentos graves: procure a Delegacia da Mulher se existir essa unidade em seu município ou a delegacia de Polícia Civil, para registrar o boletim de ocorrência. Na delegacia, a mulher receberá a guia para o exame de corpo de delito, a ser feito no Instituto Médico-Legal ou hospital conveniado. Nesse atendimento, se for o caso, a mulher receberá medicamentos contra doenças sexualmente transmissíveis.
· Com ferimentos graves: quando houver ferimentos graves, com necessidade de pronto atendimento, a unidade de saúde ou hospital deverá fazer o encaminhamento ou orientar a paciente para que procure a delegacia de polícia. Na maioria dos casos com internamento, o próprio hospital confirma a violência e avisa a Polícia Civil.
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