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O Jornalismo Social de Ana Valim

Atualizado: 5 de abr. de 2021

A trajetória profissional movida pelos valores da fé

Sanny Cunha, Douglas Andrade, João Vitor Rabelo, Bárbara Rocha, Euler César Rodrigues, Talita Dias, Gustavo Resende e Davidson Avelino Damasceno


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Jornalista Ana Valim (Foto: Arquivo Pessoal)

Apaixonada pelo estudo desde criança, Ana Valim lutou muito para continuar estudando. Nascida em São Bernardo do Campo, onde vive até hoje, ela lembra que as meninas da década de 60 eram motivadas a namorar para casar em vez de estudar, mas Ana sonhava ser professora e persistiu. “Quando eu comecei, nunca mais parei”, disse com orgulho.


A primeira vez que Ana ouviu falar de jornalismo foi no terceiro colegial por intermédio de um grupo que aplicou um teste vocacional. A partir disso, sua visão profissional ficou clara e ela entendeu que queria ser jornalista. Saindo da escola muito motivada a seguir a carreira e cursou posteriormente a faculdade de jornalismo. Naquela época, o jornalismo era o sonho de consumo dos jovens estudantes, porém a profissão, desde aquela época, não é para qualquer um, pois exige do profissional dedicação, tempo e domínio da arte de se comunicar com todos os tipos de pessoas.


No entanto, Ana tinha faro jornalístico e possuía enorme admiração por Ricardo Kotscho (o que se mantém até hoje), que escrevia sobre temas sociais que inspiravam a jornalista. “Eu sentia que ele estava presente no fato, a matéria passava a vivência dele com as pessoas que ele ouvia”, conta. Hoje ela é jornalista e mestra em comunicação social.


Os valores cristãos aprendidos desde sua infância, como solidariedade, fraternidade, amor, justiça e paz, sempre serviram de referência para Ana Valim. “Qual o tipo de comunicação que eu gostaria de fazer? É uma comunicação comprometida com quem? Com o mercado, com o poder ou com o povo?”, pergunta. A jornalista passou por várias redações e organizações de comunicação popular em que estes valores foram respeitados. Confira a entrevista em aúdio


A trajetória jornalística

Ana Valim sempre buscou trabalhar em lugares em que sua forma de enxergar o mundo não fosse um empecilho para realizar seu trabalho. Passou pela Folha de São Bernardo, pelo Centro de Estudos Migratórios de São Paulo, pelo Centro Pastoral Vergueiro e também pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André. Foi contribuinte na Pastoral Operária, trabalhou no Serviço Pastoral dos Migrantes, no Metrô News, no mandato de um vereador de São Bernardo do Campos (Aldo Santos - PT), no Projeto Meninos e Meninas de Rua - SBC e na Fundação Abrinq. Além disso, chegou a montar sua própria agência de comunicação, “Aramá” e finalizou sua carreira na Fundação Criança de sua cidade natal, São Bernardo do Campo.


Um dos momentos que mais marcou sua trajetória foi em maio de 1980, quando atuou na cobertura do sepultamento de dona Lindu, mãe do ex-presidente Lula, pela Folha de São Bernardo. Preso político pela ditadura, Lula só pode acompanhar o velório algemado. Ela não conteve suas lágrimas diante de tamanha comoção. A matéria lhe rendeu um salto na carreira como jornalista e ela dedica esta conquista à dona Lindu.


Na ditadura, os comunicadores independentes e populares produziam materiais caseiros que driblavam a censura dos militares. Estes produtos chegavam às comunidades e “abriam a cabeça” daqueles que liam. Hoje, a jornalista questiona: “por que os movimentos sociais e partidos de esquerda atuais não conseguem aproveitar os canais digitais das redes sociais para promover a participação das pessoas no processo de comunicação e, de fato, revolucionar? A conquista só vem com luta e organização". De acordo com Ana, a individualização das informações impede que o coletivo seja valorizado.


Livros e atualidades

Em 1996, convidada pela editora Atual, Ana Valim escreveu e publicou o livro “Migrações: da perda da terra à exclusão social”, uma obra que denuncia a exploração de mão de obra no sudeste do país. Ela também é autora do livro “50 anos de luta 1933/83”, publicado em 1983 pela editora do Sindicato dos Metalúrgicos, dentre outros títulos.


 
 
 

1 comentário


Ana Valim
Ana Valim
08 de fev. de 2021

Obrigada professor Marco Túlio pela oportunidade de conversar com seus alunos e alunas. Foi um prazer estar com vocês. Parabéns pela interação e por este trabalho brilhante. É um orgulho estar no Matraca, pensado para fazer barulho. Vamos fazer barulho!!!!

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