O nascimento da mídia popular no Brasil
- Redação do Matraca
- 15 de mar. de 2021
- 3 min de leitura
O nascimento da mídia popular no Brasil
Cristiane Menezes, Keli Cristina, Larissa Miranda, Maria Paula Araújo
Primeiros anos
O lançamento oficial da imprensa do Brasil se deu ainda na primeira década do século XIX, em 1808 através do Correio Braziliense que chegava ao país por meio de uma distribuição de Londres.
No mesmo ano, o primeiro jornal editado no Brasil, também teve sua primeira veiculação a Gazeta do Rio de Janeiro, que levava decretos da corte e atividades da família real. Junto com esses veículos, vários outros com os mesmos vieses foram nascendo com o tempo.
O jornal alternativo, ou operário, que em sua grande maioria ou em determinadas regiões eram feitos pelas classes trabalhadoras, teve sua primeira circulação oficial no território brasileiro através do Jornal dos Tipógrafos, em 1858 que possuiu cerca de 500 publicações até 1930. Contudo, anteriormente a esse período, em 1833 na cidade de Salvador, circulava de forma clandestina uma mídia popular voltada à luta pela abolição da escravatura e posteriormente pelos direitos dos escravos libertos, O Homem de Côr.
Esse mesmo periódico levou a criação de outros seis na cidade do Rio de Janeiro, que também seriam “jornais do povo negro”, que apresentavam temáticas coerentes, que tinham como base a escravidão, tanto a luta contra ela, como protestos contra quem não respeitava os já libertos.
Apesar disso, antes mesmo dos jornais clandestinos, a população já se utilizava de cartazes colados por toda a cidade para fazer manifestações, principalmente pelos seus direitos, que foram chamados de “jornal mural.”
A imprensa operária
A imprensa popular sempre foi marcada pela imprensa operária, que era um potencial canal para as manifestações de ideias, pensamentos das classes populares, que passou por vários momentos da história do Brasil, pela criação do partido comunista em 1922, pelo golpe de 1964. Em cada “fase” temas específicos eram mais abordados e jornais eram inaugurados a todo tempo.
Durante o final da década de 70 e início de 80, essas mídias populares começaram a enfrentar crises e perseguições até mesmo dentro dos próprios jornais. Muitos “rachas” seguidos de segmentações que aconteceram provocaram o surgimento de inúmeros tabloides regionais, que perduraram por pouco tempo. Essa forma de imprensa não conseguia se manter, alguns veículos duravam meses, outros pouquíssimos anos, bancas foram incendiadas e muitos exemplares eram perdidos, os periódicos fechavam por medo e por não conseguirem se manter.
Depois dessa queda, após o fim da ditadura militar, os meios de comunicação tiveram que começar a se reinventar e procurar o novo nas coisas, se reergueram e cresceram esporadicamente, mas esse processo de desenvolvimento continua em perpetuação até os dias de hoje, atuando em várias esferas.
As rádios comunitárias
Os primeiros registros das rádios comunitárias se dão ainda em 1950, contudo, sua popularização e as FM despontaram em 1970 e 1980, mas ainda sem um amparo legal, reconhecidas apenas em 1998.
Trilhando uma trajetória de evolução desse meio, elas começaram com simples megafones, depois passaram pelos alto-falantes, pelas rádios comunitárias até chegar nas autenticadas FM.
Muitas emissoras foram criadas, sendo apontadas em alguns estudos cerca de 20 mil. Elas buscavam levar a democracia a população, e participar da construção da cidadania nas regiões onde atuavam, exerciam grande importância como formadoras da população, e eram muito perseguidas por causa disso, por aqueles que se opunham a elas.
A Internet
Com o início do século XXI, a internet começou a se expandir, e com isso uma nova ferramenta era apresentada aos comunicadores. Em um primeiro momento vários blogs foram criados, com o passar dos anos e a chegada das redes sociais como o Facebook, Twitter, Instagram, inúmeros perfis começaram a ser criados, como o Mídia Ninja.
Hoje, apesar de não ser o único meio, a internet é o local onde as pessoas mais buscam por informações, e por isso, inúmeros canais alternativos são criados para a propagação de informações, mesmo possuindo sites, blogs eles ainda apostam nas redes sociais, em canais no YouTube, para terem um alcance ainda maior.
Em síntese, existe uma grande variedade entre as mídias alternativas, apesar disso, todas seguem ligadas às lutas populares e a construção da cidadania.
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