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O censo demográfico e a importância das informações nele obtidas

Alexandre Bernardes

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Verba pode não ser suficiente para o trabalho de todos os agentes censitários. Foto/Reprodução: IBGE (Divulgação)

A cada dez anos existe a obrigatoriedade do Brasil realizar um censo demográfico para obter dados da população e dos domicílios do país. Entretanto, o Censo de 2020 que foi adiado em virtude da pandemia do coronavírus, pode não acontecer como previsto entre agosto e outubro de 2021 devido a uma redução nas verbas do orçamento destinado a sua realização.


Desde 2018, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) alertava ao governo que venceu as eleições daquele ano, que não seria possível realizar o Censo com o orçamento disponibilizado à época. Porém, o que aconteceu desde o primeiro aviso, no momento de transição entre Michel Temer e Jair Bolsonaro, foi um corte ainda maior. O orçamento solicitado, que era 3,4 bilhões de reais, sofreu na última terça-feira (22) uma redução de 1,76 bilhão de reais.


Impacto nas políticas públicas


O novo adiamento ou até mesmo a não realização de um censo impacta diretamente na administração pública do país. Sem os dados que a pesquisa mostra, o mapeamento das regiões de maior vulnerabilidade social, os repasses de verbas que são proporcionais aos habitantes de cada cidade, entre outros fatores ficam defasados e podem causar um aumento ainda maior da desigualdade no país.


Dessa forma, um país que acumula desigualdade por segundo, prepara-se para escancarar o descaso com as políticas públicas. Com isso, um assunto anteriormente abordado pelo Matraca, a problemática da não inclusão de dados sobre a população LGBTQIA+, torna-se ainda mais utópico de acontecer. A cada diminuição no orçamento, mais perguntas serão retiradas, menos dados serão computados e menos informações estarão disponíveis para que ações sejam planejadas.


Por fim, cabe a reflexão sobre a coerência das atitudes de um governo que perdoa uma dívida de 1,4 bilhão de reais de igrejas, mas ao mesmo tempo se declara quebrado e corta valor próximo deste da pesquisa que norteia a criação de leis, os projetos governamentais e as medidas de combate à desigualdade por dez anos!


Alexandre Bernardes, Ana Clara Libório, Ana Luisa Castro, Brenda Ribeiro e João Pedro Cardoso.


 
 
 

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